sábado, 13 de outubro de 2012

Mergulhador Autônomo - OWD/PADI

"Parabéns, mergulhador!" - foi a primeira frase que ouvi - de meu instrutor - ao chegar a superfície pela segunda vez no dia de ontem. Bem, agora que sou "mergulhador", compartilho a experiência com os amigos ...

Ontem, 12 de outubro de 2012, finalizei meu curso de mergulho depois de mais um ano de idas e vindas. Fiz a parte teórica, a parte prática em águas confinadas (vulgo piscina) e realizei o primeiro check-out (uma saída com dois mergulhos - Servermar X e Pirapama) no ano passado. Atingi a categoria SCUBA DIVER/PADI, mas ainda faltava um check-out com dois mergulhos para fechar o curso e me tornar um OPEN WATER DIVER/PADI (o que me credenciaria a mergulhar autonomamente).


Muita coisa aconteceu neste intervalo de tempo: crise de sinusite, banca prévia do mestrado, finalização da dissertação, a defesa, um início de semestre puxado e outras coisas.


Nas férias (como professor em julho de 2012) fiz a prova teórica e cheguei a agendar o segundo check-out, mas acordei gripado .... Aí começou o semestre e participei da organização de dois congressos, um em agosto, outro em setembro, não deu ...


Outubro chegou com um feriado na primeira quinzena e agendei o mergulho. 


Os mergulhos de ontem seriam no Mercurius (29 m - primeiro) e no Taurus (24 m - segundo), dois naufrágios bem parecidos - rebocadores. Mas, chegando no Taurus percebeu-se que a visibilidade estava ruim e resolveu-se retornar ao Mercurius.


O primeiro mergulho no Mercurius foi mais uma readpatação - com a realização de alguns exercícios -, onde desci até o fundo e fiz o reconhecimento visual da parte externa do naufrágio. Os pontos altos foram os cardumes de xiras - iguais às de Noronha - em todo o naufrágio e a entrada na parte aberta da popa, onde há uma abertura no casco que você pode ver o lado de fora.


Já o segundo mergulho no Mercurius foi bem diferente, pois meu instrutor, além de realizar no fundo os exercícios necessários, conduziu-me ao interior do Mercurius, entrando pela abertura da popa e saindo pela porta da cabine de comando - uma experiência singular.


Segundo o site http://www.naufragiosdobrasil.com.br/ "Utilizando os dados do SINAU (Sistema de Informações de Naufrágios) existem cerca de 2300 naufrágios na costa brasileira, desses pouco mais de 20, dos localizados, possuem capacidade de penetração, os demais estão desmantelados e enterrados."


Ou seja, a atividade realizada - entrar e explorar a parte interna do Mercurius - não é algo que se consiga realizar todo o dia. Ainda bem que não havia visibilidade no Taurus, pois o segundo mergulho no Mercurius possibilitou tal exploração.


O cenário subaquático no interior de um naufrágio é surreal. O ambiente é completamente diferente, afinal você está embaixo d'água,  mas, mesmo assim, sua mente fica pregando peças, e você fica esperando encontrar apenas objetos dentro do contexto do navio.


Qual não foi minha surpresa ao olhar para cima (estava saindo da parte inferior e entrando na cabine de comando) e avistar - não o comandante - mas um cardume de xiras. Parei e fiquei admirando o cenário absolutamente surreal, como se num quadro de Dali os peixes estivessem voando na cabine de comando ... Incrível!

Encontrei a foto abaixo que ilustra bem a cena que acabo de descrever. Só que este cardume de xiras está justamente na parte da entrada para o porão do Mercurius, onde do lado direito - não dá para ver desta foto - tem uma escada que dá acesso à cabine comando.



Informações sobre este naufrágio, 
recomendo a seguinte página (site): http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufmercurius.htm


2 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí Vica!!
Bom demais relembrar meus tempos de mergulho!! Olha, quando tiveres acostumado com o visual sugiro faça um curso Advanced Oper Water e peça para fazer o mergulho noturno no Pirapama! Você vai se impressionar com o tamanho das tartarugas e a diversidade de animais que só aparecem a noite no brilho da lanterna!
Abraço e Bons Mergulhos!

Nelão

enide disse...

talves seja por isso que não consigo encontra-lo em terra pelo telefone; está em baixo dagua. Parabéns, Enide