quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dez anos se passaram - 10 anos de formado

Hoje completo dez anos de formado (colei grau em 14 de julho de 2000 pela Unicap), nem parece (apenas os cabelos brancos denunciam).

Naquela época aspirava advogar e ensinar. Sonhos concretizados com muito esforço e dedicação cotidiana.

Este ano voltei a estudar na Unicap, sou aluno de seu programa de mestrado, rejuvenescendo sempre que adentro a instituição. É como se voltasse no tempo. Saudade de uma fase da vida que não volta.

Minha turma marcou uma comemoração para amanhã. Como será que estão os colegas? Tenho contato com poucos, de alguns ouvimos falar, de outros temos notícias por terceiros. Outros ainda são amigos até hoje.

Lembrei do discurso por mim proferido por ocasião da aposição da placa de formatura da turma (Unicap 2000.1 Noite), e resolvi compartilhá-lo:


Mais uma placa afixada numa parede da UNICAP. Será mesmo mais uma placa? De mais uma turma? De mais uma turma de bacharéis em direito? Será que é assim que pensamos? Claro que não. Em hipótese alguma. Esta placa representa a nossa turma. E tem para nós significado especial.

Neste momento não estamos aqui para celebrar e nos congratularmos por causa de uma placa. Estamos aqui afixando na parede um símbolo, um símbolo de nossa conquista, um símbolo da nossa luta pessoal.

Este símbolo representa o desfecho de um ciclo, de um primeiro ciclo de aprendizado em nossas vidas.

Aqui chegamos adolescentes, ansiosos e ávidos pelo novo. Achávamos que o mundo, em breve, estaria aos nossos pés. Mas nós nem pisávamos nele. Estávamos flutuando. Andávamos nas nuvens. Tudo era sonho.

O tempo foi passando e nós aprendemos uns com os outros. Trocamos experiências. Somos amigos, fizemos dos nossos mestres amigos.

Mas nem tudo são flores, passamos também por maus momentos, grupo unido, vencemos. Afinal aqui estamos.

Somos vencedores. Somos bacharéis.

Concluímos juntos duas fases de nossa vida: a adolescência e a graduação.

Somos adultos. Somos bacharéis em Direito.

Somos adultos forjados com valores éticos e culturais diferenciados daqueles que detém a maioria, pois formados numa universidade católica e no curso de Direito. Somos bacharéis num curso que nos ensina não só a ver o lado jurídico do mundo, mas ciência plural que nos mostra bem de perto as relações humanas, maximizando a nossa compreensão social.
Sim, somos profissionais plurais, dotados de ferramentas de utilidade incontestável, temos potencialidade pessoal e profissional incríveis.

Que futuro brilhante temos a nossa frente!

Qualquer que seja a carreira jurídica que abracemos estaremos preparados. Sejamos nós advogados, juízes, membros do Ministério Público ou homens de ciência, saberemos bem construir e desempenhar nosso papel social!

Somos fortes e íntegros.

Sejamos, então, como brilhantes. Vamos encantar e ofuscar, para que este brilho ilumine os que vêm atrás de nós, que possam seguir nossos atos e neles se inspirar. Sejamos nós seus paradigmas, como nossos mestres foram os nossos. Irradiemos luz de integridade e nobreza de carácter.
Que este brilho faça surgir tudo o que há de bom. Que ofusque a todos que maculam o direito. E que ninguém ouse quebrar o encanto deste brilho.

Sejamos, também, apaixonados. Cultuemos a verdadeira paixão pela justiça, pois a paixão é sentimento que move, que quanto mais se nutre, mais aflora.
O sentimento de justiça, que é inerente ao ser humano, é em nós ainda mais forte. E imaginemos como seria este mundo se todos tivessem esta paixão? Melhor. Sem dúvida. Nada mais nobre que um ser apaixonado pela justiça, que a cultiva e a tem como ponto certo em sua vida.
Apaixonados, lutemos contra os males que nos assolam e a nossa sociedade, pois somos jovens, temos coragem e força.
Não esperemos os maus dias, lutemos por nosso povo, antes que tenhamos que lutar uns contra os outros.

Vemos hoje pintado um quadro triste. Sem cor. Sem vida.

A idéia do lucro se sobrepõe ao social de forma mansa e pacífica em nosso país, como se fosse justa e necessária. Os poucos gritos de revolta são contidos e até mesmo não revelados por quem detém o poder de informar.
O lucro não vê, não ouve e não sente o clamor do povo e com ele não se compadece. É preciso humanizar o lucro. As pessoas que gerem e controlam destinos precisam ter consciência do papel social que desempenham.

Nós temos consciência disto.

Lutemos pela Justiça, não só dentro dos tribunais, principalmente fora dele. Lutemos pela justiça social.

Para vencermos esta luta já temos as armas.
Temos a consciência desperta. Não estamos mais deitados em berço esplêndido.
Temos conhecimento e força.
E o que falta, então?
Interesse e Vontade. Interesse de agir. Vontade de mudar.
E como disse um grande “louco” do nosso tempo: “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo”.
Vamos sacudir.
Vamos juntos, com interesse e vontade, pintar um novo quadro. Um quadro que sentados diante dele vamos sentir prazer em observá-lo. E ter orgulho de dizer:
- Está vendo este quadro, aí? Eu ajudei a pintar. Eu sujei minhas mãos de tinta. É também obra minha.

Obrigado.

3 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Vinícius, pelos 10 anos de formatura e pelas belas palavras do seu discurso. Abraços, Jorge Araújo (Unicap 2000.1)

Eduardo Martins N Monteiro disse...

Grande Vinicius,

Parabéns pelos 10 anos de formatura e pelo discurso belo e atual.

Ricardo Santos disse...

Mestre, parabéns! A forma como suas conquistas foram obtidas inspiram à muitos alunos e colegas, inclusive a mim.
Cordial abraço,